quinta-feira, 13 de agosto de 2009

Torresmo, cerveja e bate-papo no Boteco do Bortoleto!


Adoro conversa de boteco. Tem alguma coisa no boteco que desperta o nosso lado filosófico. As idéias e conclusões regadas a cerveja gelada são sempre mais criativas, imparciais e autênticas. E foi numa conversa de boteco que um grande amigo (também separado) me perguntou o que é pior na separação. A única palavra que veio à minha mente ébria foi "muito".

Todo fim de relacionamento é complicado. Se é um relacionamento de muito tempo, ou com muito sentimento envolvido, é mais complicado ainda. Às vezes são muitas despedidas, às vezes muitos reencontros, às vezes muitas ausências. Mas o comum entre todos eles é que tudo vem em "muito". Muita tristeza, muita saudade, muito alívio, muita perda, muita revelação, muita perdição... E o maior problema do muito é ter que passar por ele muitas vezes. Primeiro começa com a primeira perda. Você fica muito perdido, ela fica muito perdida, ninguém sabe muito o que fazer... até que vem o o inevitável "sinto muito".Depois vem a parte prática. Muita burocracia, muita coisa para separar, muito desconforto de não saber muito o que dizer ou o que fazer.

Muitas vezes sai até briga. Muitas vezes não sai nem um adeus.Daí passa um tempo... não muito... e a separação legal de fato (que de legal não tem nada). Muita espera num banco muito duro do Forum. Muita conversa paralela de mulheres, havia 3 mulheres (Dra. Laís, Dra. Ana Paula e Michela a Ex em questão) dirigindo palavras a minha pessoa que pra ser sincero não conseguia assimilar nada, parece que eu estava em outro ambiente, outro mundo tudo aquilo era estranho, mas eu sorria para não ficar muito sem graça. Muita coisa que devia ser dita e não é.

Muita vontade de fugir, ir pra muito longe... mas sem muita esperança de chegar em algum lugar.Daí passa mais tempo... e o muito vira pouco. Pouca lembrança, pouca saudade, pouca vontade de lembrar, pouca vontade de ligar. Pouca curiosidade de saber onde foi parar todo aquele "muito".E quando você acha que o pouco é quase nada, já passou muito tempo e está na hora de juntar o pouco que restou e acabar logo com isso. Você já imagina como será sentar de novo no banco muito duro, ter muita vontade de dizer ou perguntar algo, muita curiosidade para saber o que aconteceu depois da última vez, depois da primeira vez, e muito antes disso também.E o que resta é o paradoxal desejo, uma vontade muito grande de se libertar desse vício e uma vontade muito grande de que tudo vai se resolver. E equanto você achava que estava tudo muito bem enterrado, uma lembrança muito viva volta e te assombra mais do que devia.E como numa volta muito árdua ao passado, você passa por tudo isso mais uma vez. Uma separação da separação...Muito complicado?

Te indico um bom boteco pra filosofar a respeito.

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