terça-feira, 9 de junho de 2009

"Sou muito egoísta, centrado em mim mesmo, para me incomodar com os outros".

Muito seguro de si, andava pelo mundo, cativava meninas, mulheres e expoentes do sexo feminino. Sua simpátia era composta por sua segurança e sua voz sedutora. Fazia o tipo moderno, livre, desimpedido, mesmo não sendo. Era homem de carne, osso e palavras sórdidas, galanteadoras, globalizadas e petrificadas.

Não era vítima da dúvida, mas era fragilizado pelo ciúme. Fingia não sentir, mas a única coisa que ele não sabia fazer era mentir. Esconder seu ciúme era quase como negar sua masculinidade. Negar o que ele possuía entre as pernas era uma morte antecipada, jamais conseguiria tal feito, bem como, negar seu ciúme. O ciúme era latente, nos olhos, nas mãos, nas palavras e na altivez cínica.

Dizia que ciúme era um sentimento fraco e tolo, por dentro era assim que ele se sentia, fraco e tolo.

Letrado e bem resolvido com a sua vida pessoal, se escondia por trás de desculpas nietzschianas, freudianas e de botequim.

Tudo que chocava a sociedade, e a ele também, era usado por ele ao contrário. Dizia-se a favor dos dogmas quebrados.

Algo dentro dessa segurança toda o fazia acreditar que a sua negação sobre si mesmo era verdade. Não havia alguém mais enganado sobre ele do que ele próprio. Coitado.

Era nômade, fora ‘amigo’ de Letícia, Katia, Bruna, Bethinha, Jaque, Ana, Renata, Karine e Lú. Suas mentiras se multiplicaram e hoje têm nome, comem, dormem, riem, choram e logo estarão, quem sabe, mentindo para si mesmas, como seu pai.

Tão bem resolvido que a sua segurança sedutora o aniquila pelos segundos, quando bebe e escreve uma crônica barata, de quinta, talvez pior que essa. Quando se sente só, resgata as imagens daquelas que já passaram pelos seus dias e lamenta com as mãos no rosto sobre a barba por fazer.

Ele nunca é de lugar nenhum, nem quando volta para casa, seu lugar é sempre um pouco mais distante do que o sonho já chegou.

Sua fortuna vai entre idas e vindas, goles, sorrisos, estilhaços, sons, gozos e adeus, que é sua especialidade. Às vezes seu adeus é seu olá, e seu olá, adeus.

Ninguém sabe quando ele chega e quando ele vai. Ninguém sabe nada a seu respeito, mas todos acham que o conhecem muito bem, se fosse para defini-lo com perfeição diria eu: Walmor.

segunda-feira, 8 de junho de 2009

Encerrando Ciclos

Sempre é preciso saber quando uma etapa chega ao final..


Se insistirmos em permanecer nela mais do que o tempo necessário, perdemos a alegria e o sentido das outras etapas que precisamos viver.


Encerrando ciclos, fechando portas, terminando capítulos. Não importa o nome que damos, o que importa é deixar no passado os momentos da vida que já se acabaram. Foi despedida do trabalho? Terminou uma relação? Deixou a casa dos pais? Partiu para viver em outro país? A amizade tão longamente cultivada desapareceu sem explicações? Você pode passar muito tempo se perguntando por que isso aconteceu.... Pode dizer para si mesmo que não dará mais um passo enquanto não entender as razões que levaram certas coisas, que eram tão importantes e sólidas em sua vida, serem subitamente transformadas em pó. Mas tal atitude será um desgaste imenso para todos: seus pais, seus amigos, seus filhos, seus irmãos, todos estarão encerrando capítulos, virando a folha, seguindo adiante, e todos sofrerão ao ver que você está parado. Ninguém pode estar ao mesmo tempo no presente e no passado, nem mesmo quando tentamos entender as coisas que acontecem conosco.


O que passou não voltará: não podemos ser eternamente meninos, adolescentes tardios, filhos que se sentem culpados ou rancorosos com os pais, amantes que revivem noite e dia uma ligação com quem já foi embora e não tem a menor intenção de voltar. As coisas passam, e o melhor que fazemos é deixar que elas realmente possam ir embora... Por isso é tão importante (por mais doloroso que seja!) destruir recordações, mudar de casa, dar muitas coisas para orfanatos, vender ou doar os livros que tem. Tudo neste mundo visível é uma manifestação do mundo invisível, do que está acontecendo em nosso coração... e o desfazer-se de certas lembranças significa também abrir espaço para que outras tomem o seu lugar. Deixar ir embora. Soltar. Desprender-se. Ninguém está jogando nesta vida com cartas marcadas, portanto às vezes ganhamos, e às vezes perdemos. Não espere que devolvam algo, não espere que reconheçam seu esforço, que descubram seu gênio, que entendam seu amor. Pare de ligar sua televisão emocional e assistir sempre ao mesmo programa, que mostra como você sofreu com determinada perda: isso o estará apenas envenenando, e nada mais.


Não há nada mais perigoso que rompimentos amorosos que não são aceitos, promessas de emprego que não têm data marcada para começar, decisões que sempre são adiadas em nome do "momento ideal".

Antes de começar um capítulo novo, é preciso terminar o antigo: diga a si mesmo que o que passou, jamais voltará!

Lembre-se de que houve uma época em que podia viver sem aquilo, sem aquela pessoa - nada é insubstituível, um hábito não é uma necessidade. Pode parecer óbvio, pode mesmo ser difícil, mas é muito importante.

Encerrando ciclos. Não por causa do orgulho, por incapacidade, ou por soberba, mas porque simplesmente aquilo já não se encaixa mais na sua vida. Feche a porta, mude o disco, limpe a casa, sacuda a poeira. Deixe de ser quem era, e se transforme em quem é. Torna-te uma pessoa melhor e assegura-te de que sabes bem quem és tu próprio, antes de conheceres alguém e de esperares que ele veja quem tu és..


E lembra-te: Tudo o que chega, chega sempre por alguma razão